segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Pelo o que fica e pelo o que levo comigo...

Em viagem
Em trabalho
Em transmutação

Do ser, do amor, e do que virá.
Esperando, caminhando, seguindo pelo cheiro que tem a vida que se faz na minha frente.
Aqui tudo é diferente e familiar. Parece que mora uma parte de nós aqui no hemisfério norte. E tudo o que é estranho se explica em dois segundos. E o que fica é uma sensação gostosa de que casa não significa o clima ou só a lingua, ou o bairro onde você já sabe onde é a padaria. É mais do que isso. É como ter um coração maior, ou uma sensação de que o mundo te abraça. E é bom.
O que se aprende é mais ou menos onde estaria a origem dita das coisas. Uma origem silenciosa, maravilhosa de visitar, entender, sentir. O mudo é maior do que imaginava como colonizada. Isso fica é bem grande.
E não é tudo. As novelas, o futebol... Esquecemos muitas vezes, ou a maioria delas, a educação, e como tudo deveria ser. Uma gentileza no tratar que faz toda a diferença. Uma amorosidade que faz pensar. Que deixa sentir. Um belo gesto de compreensão. Um gosto diferente de respeito. É fácil se acostumar, e difícil de deixar.


https://www.youtube.com/watch?v=RF0HhrwIwp0

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O beijo

Os sabores

de um amor que se declara num ato

São para o que se cria, assim como os nós atados numa força magnética de afeto.
O que se vai se desfez, o que se ia já foi e o que será se fez. Passado, futuro presente. Numa dança constante ela se acostumava a sorrir. Um personagem demasiado difuso para seus olhos claros. O que sua natureza respeitava eram os corações alados. Asas bem cuidadosas e brilhantes que resplandeciam a ideia em verbo. Verbo no ato. A coisa em si. A palavra em nó de acordo.
Acordo, diálogo é sempre nó, é embaraço de duas partes. De duas ou mais partes. Num secreto combinar de ohos. Num encostar de mãos suaves. Num desenho que se faz. Ele por ele mesmo, de vida jorrando.

Desamarrou-se, desabotoando-se, desceu as escadas corridas. Escorregando como gostava de fazer na nova infância. Respirou e mirou o jardim. Não exatamente como o via no momento. Mas ainda existiam flores soltas pelo chão. E aquela natureza estonteantemente linda, caída e morta a fez sorrir mais uma vez. Pois a beleza estava para sua percepção assim como néctar para os deuses. E fez-se mel. Ela e mais um ou dois, na verdade somente ela, sua imaginação e talvez ele que de tão forte no seu desejo fez-se homem.

Na sua frente não sabia o que lhe dizer. Nem o que sentir, pensava apenas que aquilo poderia realmente ser apenas uma miragem, uma manifestação festiva do seu querer, e nada poderia ou queria fazer com aquilo. Apenas pensou algo sobre confiança... sobre o que seus olhos poderiam capturar, ou não. E os verbos que não vinham era apenas o silêncio que era gentil e lhe cedia tempo de percepção, no qual suas sensações se floresciam e dançavam. Com o vento que corria ela sentia-se pressionada a dizer algo, a fazer algo, expressar algo. Enquanto sua face continuava nua e branca, como um dia cinzento sem mover uma pálpebra apenas, seus pensamentos se aceleravam na velocidade da luz. Ela mirava-o sem saber o que de fato estava exprimindo e menos a saber ainda sobre o que o pobre hombre estava a pensar.
Sua respiração deveria estar como uma valsa totalmente descompassada e valorosa. E
Ele a mirava como uma miragem, como uma imagem qualquer que poderia desaparecer. Mas não poderia desaparecer sem falar algo, sem emitir um sinal, um arquear de sombrancelhas. Caso não se mova em alguns segundos ele irá fazer algo. Ela poderia sumir, porém precisava apenas sentir seu cheiro, seu sabor, seu calor, ou escutar sua voz doce? Doce? Não sabia mais, ela poderia, depois de vagões de segundos, dar um grito tenebroso, ou falar como uma gralha atrasada.

Ficaram, permaneceram assim... O que não era perceptível a olho nu, porém os dois estavam nus. Era que existia algo, algo realmente anterior a todos aqueles pensamentos intermináveis, que os fazia dançar. Uma dança desnuda de curiosidade afetuosa. Por vezes lembrava uma enroscamento de corpos, sem enroscar. Quase como se os corpos imóveis soltassem o espírito e esses sim corações alados realizavam algo que não se pode descrever. Sim não se é possível em palavras caber o que um ou mais corações alados intencionam em fazer. Ou fazem, ou falam, ou ...

Beijo  

domingo, 1 de junho de 2014

cartola

escrevo, me escracho, num rancho esquecido pelo tempo,  e por mim mesma.

Fico perto de um abismo enquanto se perguntam os anjos como seria ser real, real em carne e osso... fico a espreita por um momento suave molhado de amor.
Enquanto Cartola canta, as lágrimas rolam docemente aliviando, aliviando, a dor. de estar em si.
de estar em corpo, em gesto em amor.

tudo o que foi feito dói no peito.
me pergunto coisas.. mil coisas... coisas demais.. e tudo sufoca...
na forca o céu do inferno parece colorido.

o que está além

A Alma por mim mesma

talvez ainda fosse fácil ela dizer que sim, que queria, que amava muito... que todos os seus desejos estavam ali realizados. Mas a alma é um negócio estranho... com caminhos em 3D! as vezes ainda sem a gravidade dos fatos, o que define a sua imortalidade. era mais fácil conectar-se com ela e saber a verdade das coisas... o único mundo possivel é o interno. o que se pensa e o que se sente. e o que se entra e sai...
o que definia a alegria? o que faz o amor? por onde meu espírito paira durante as madrugadas e manhãs catatônicas. onde estaria você bela alma?
escolhas são fáceis de serem feitas. a morte das escolhas não vividas é que acompanha como um fantasma. ai sim, dificil. ainda não se pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. mas a alma não conhece isso. ela se mete em todos. Principalmente nos tempos. ela esta no futuro ao mesmo tempo no presente olhando para o passado. e fora o que esta fora do tempo.
e a alma sente. em outro tempo, espaço, continente.

Pára pra parar, fica onde está e se move pouco, ama muito, e está para além do bem e do mal.

sexta-feira, 28 de março de 2014

por eu, mim, só

Por alguns minutos ou horas de dignidade.

Xangô furou a terra, bateu com força e fez estremecer. O que era factóide virou certeza. O que antes amor agora vida. Por mim me faço de alguns poucos adjetivos que não merecem ser escritos. Mas o senso de justiça que clarifica minha mente é o que me basta.
O que me faz é a maneira que o raciocínio se faz presente em conjunção com o corpo/coração. E ponto. Nada mais. Me perdoem os que se dizem escravos do coração ou adoradores do romantismo. O que me faz eu, é a clareza de mim. E isso não posso abandonar, não posso julgar, não posso fingir que não está em mim. Posso questionar, criticar, atirar pedras sobre mim mesma quando achar que mereço.. Posso até não concordar. Mas não posso deixar de ouvir. De sentir. De querer e desejar estar perto de mim, desse mim ai...
Existe uma maneira de elaboração que é só sua, só minha, de cada um. Você até pode importar peças de outros sistemas para o seu, pode até trocar algumas enferrujadas, gastas, com problemas. Pode imitar o designer de alguma, mas nunca, jamais se implanta o sistema de funcionamento de outro organismo para o seu. E isso é um fato.
Ultrapassou a barreira do abismo e gritou com força para que todos ouvissem: sim, eu sou eu, e não posso ser outro. E isso é o um bem que tenho, que protejo, mesmo que não ame sempre.
O que quero é fruto deste funcionamento, o que desejo é o que transborda, vai além dele. E isso é o simples. O necessário.

"O inferno são os outros"... a medida em que vivemos dentro de um próprio.

o amor se faz na ação, no "como" o funcionamento se organiza, e não é uma matéria em estoque.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

por sim

Por vezes me perguntava se era isso mesmo..
Se estar certo era de fato estar certo.
Considerava por milhares de de milhares de vezes. e estava só e por fim desejava tal condição para por ver várias e inefáveis questões. E sentia-me pronta, próspera, por algo que ainda não sei, não sabia, não gostava
e ser feliz era menos, por isso naquele momento ser feliz era menor, ser feliz foi algo inventado para o creme ante rugas, não compreendo...

a felicidade é corpórea, simples, direta, plena, organismica. e fatídica .. maior, é simbolo e não signo.

Por sim dizer que sim. que pode, que vangloria.

por um sobre sentido

Entre sobras e cores posso dizer muito.
Podem dizer bastante... bastante mesmo. Muito legal, podem di zer al go mui to bom. Sen tir, é ra ro e ca ro. Be lo e bonito.

Tudo o que me faria dizer, somente ficaria entre nós, entre belezuras e delicias. Poderia eu dizer algo que ficaria entre alguem que não fosse eu, e nem tu? nao poderia,

Ela dizia coisas sobre o passado, mentira!!!! sobre o presente e o que poderia ser o futuro do brasil e o futuro da puta que te pariu. tanto fazia na verdade. na similaridade dos fatos
O que gostava mesmo era de rir. Mas rir para si, sem ninguem ouvir, apenas rindo por dentro, apenas sorrindo sem nada a dizer, sem nada a fazer, ou preferir...
Se fazia como se nada fosse e assim estava. doa a quem doesse não era nada mais possível.. apenas o que era..

bonito e sem fim

sábado, 25 de janeiro de 2014

O balão

Você estava seco,

eu dava continuidade a chuva.. e assim foram seguindo nossos dias, de tormenta e paixão. Nada do que estivesse fora tornava-se perturbação. Este era o desejo, o nosso desejo, de estar em par, por tudo o que se seguia. Eu via o dia nascer, e voce dormia no dia que morria. O encontro era enlace, com fitas brancas e vermelhas por vezes.
A tua voz dizia baixo para eu não compreender as coisas mais belas, enquanto coisas horríveis eram expurgadas como fezes do que não se ama. Ouvia, ouvir era melhor do que ver.
Fechava os olhos, para não me surpreender, e era presa pelos sons. O que era horripilante me capturava numa dança. Ai sim eu fechava olhos e confiava, não havia mais nada além daquilo. Isso era o máximo do que podia alcançar a minha terna abertura de mulher.
Enquanto você na sua sensibilidade branda abraçava-me como se o dia não tivesse tornado noite, e a madrugada caia e sorria para nós.
A poesia dos sentidos vinha pelos olhos da mórbida luz noturna que nos embalava como num sábado a noite. Na sexta éramos capturados pela angústia alheia, não sabíamos responder a tais reflexos e procurávamos dormir apenas, e muitos sonhos, e olhos entre abertos traziam a dúvida do que era sonho, do que noite, e o que seríamos nós, naquele instante de eterno que vivíamos sem dizer adeus.
Deus parecia longe e dentro, dentro num tanto que apenas se escavássemos o centro da terra encontraríamos algo a dizer. Um silêncio profundo, e melhor assim era... Enquanto as palavras não se formavam, as imagens eram híbridas, e os sons claros, sentíamos apenas, o que seria estar vivo e perto, perto de algo, perto de alguém gente que não fosse bicho.
Eu com crenças interminavelmente compridas no ser humano, você a um passo da liberdade
(e se mantia assim, faltando um passo, um passo a completar algo, um passo a dizer coisas que fariam sentido...)
O sentido nunca nos foi próprio, atribuíamos um a todo instante, e era bom, se assim posso dizer, como dizer.... Aquela palavra que fica escondida sempre quando precisamos dela para dizer o que queremos dizer, e ela não se forma, fica por ai, por aqui desintegrada... desgrenhada, não se arruma para o dia que começa. Eu gostava de observar essas palavras/letras ... pois delas surgiam sentenças imensas, ditas com os olhos. Era engraçado, esperávamos da boca, mas vinha dos olhos, do ar que prendíamos no peito por não dizer...
E um instante servia de berço para o sentimento, para sustentar o coração que as vezes crescia em proporção descomunal... Como um balão cheio de ar, de gás que quer nos levar para o céu, sabe lá onde... Eu gostava dessa sensação de sair do chão, por muitas vezes era mais do que uma sensação, era realidade... Esse balão por vezes ia murchando, e quando pisava novamente com os pés, eles quase não lembravam a sensação firme do solo. Era quase parecido com dançar. E nada tinha a ver exatamente com a felicidade.
Nunca nos preocupamos em ser felizes, isto era para os outros, para o consumo, para a realidade compartilhada, para o capital comum.
Nunca fomos um, nem dois... Muitos era demasiado humano. Éramos dança, descompassada muitas vezes, alquimicamente combinados na maioria dos passos.
Seus olhos de.... (o peito enche.)
O corpo seria então mais do que coração descompassado, mais do que uma superfície transpirando, mais ainda do que uma mente compilando a vida, ou o que deveria ser.
Éramos juntos porque assim éramos... e somos, se eu puder falar do presente que é, estar, junto. Ainda sou e tenho você nesse balão que por vezes me leva a ver o que há além do chão gelado.

http://www.youtube.com/watch?v=IdimyyD-ZQk

domingo, 12 de janeiro de 2014

por ver melhidade

vermelho por ser seguido, vermelho per se gui do.
No segundo que pára, veste-se, despe-se, liga-se a um, ar, novo e fresco. Um que cabia nas sua pele, no seu cheiro, pêlo, sentido. No meu espaço de mim, dividia-se em soma um instante, apenas para ser lembrado pelas células ordenadas, em colápso de um nervo qualquer que trazia humor, humus, esterco da vida.
Nos olhos de deusi dades, enxergava-se lar, sbora, resto, cola, cor. Salivava por estar secretamente colaborando com algo nem maior nem menor do que si próprio, e a par, em par, no estar seduzia a alma. algo calado, entre. entre tu e um.
Entre quadro, entre parede, entre porta, entre nó, fechadura, céu.


elegância é o limite da liberdade.

seco molhado de um

Lá dentro de casa tinha um bar.

Um lar feito de doçura e encanto, um roupão de dor, enlaçava ela, coitada, fazia calor com frio, um espanto de flor, um lamúrio de espírito, um canto sem fim, limpava a alma das lágrimas sem espírito que lhe acompanhavam. dançava no estouro da luz, da límpida cor que lhe fazia as curvas. 
Lambiam-se cores, lavavam o chão

Descia as escadas flutuando, rompendo com cada laço primeiro do umbigo da luz. Respiro do espírito, estatelava-se tudo... vidros, estantes, imagens, memórias, tudo se quebrava sem aviso. Prévio do estar. dentro. de. um. corpo. dor. espasmo. alegria. por. ter. ser. um.uma. estante. vazia. sem. espírito. concatenado. com

tudo o que há de amor