segunda-feira, 30 de abril de 2012

a tal da gravidade

No simples e a caminho do efeito promove-se a razao. uma invenção em busca da sanidade compartilhada que é viver. sabor, ardor, gosto... viria posterior a uma especie de acordo acordado e vivo que negociamos o tempo inteiro com o buscar, escolher e atuar. o desejo...
bem, o desejo, faz-se no silencio do travesseiro, escondido, encabulado poucas vezes se brota no olho.. no canto singelo do verbo olhar.

a caminho da cama, pensaria talvez o que me faria dormir, lembrei de alguns conselhos repetidos, algumas frases de bem viver, mas o fato é que para morrer e nascer no desejo é necessario estar vivo. para conversar com o travesseiro é necessario um tanto de coragem e ousadia. largar-se ao absurdo do que a escuridao pode te levar nao é uma tarefa para todos, para poucos tambem nao. mas para os que desejam e só. sono e saber morrer talvez se relacionaria entao com uma vontade imensa de desejar e retornar em pé para junto e nunca a favor da gravidade, de manter e descobrir uma maneira de estar, ser ou sabe la mais o que de ser bípede no mundo, de supostos bípedes. o que imagino nao ser uma tarefa clara. exige uma certa complexidade. ficamos de quatro quando necessario, compreendemos os quadrupedes com uma facilidade maior do que nossa alma. certo, coisas sao imcompreensiveis. compreender tem algo de apreender, aprisionar, resignar... compreender os quadrupedes, ser bipede e aspirar a alma?

caminho.

domingo, 29 de abril de 2012

ela e si

pelo sentido que ha em mim, pelo gosto que ainda é, pelos amores, pelos ares.

sentia-se bem, assim, fiel e amável, silenciosa e bela.
a ventania que passava nao dizia muito sobre seu estado de espirito, era algo como o contra-tempo fora do tempo dançando com o tic-tac do relogio que anunciava o presente vivo.
o gosto que vinha e revivia era algo nem tao doce, mas tambem nao amargo, menos viscoso um pouco mais suave dos de outrora.
seus olhos cabiam alguma angustia, alguma calma, e alguma certeza pouca que por nao ter acertado de onde viria, acreditava, ou nao. mas era uma certeza, pouca e bela. de que era ali, ali que algo começara, ali que algo vivera e ali que algo, possivelmente passara.
nao sentia nenhuma especie de febre de espirito ou dores agudas, mas algo tinha passado por suas maos que nao mais ali estava, e por isso ali era, presentificado o conjunto de estado e alma.

os que nao por ali mais estavam deixaram fiapos alegres de fios d'ouro que desaguavam em uma ou mais coroas redundantes que circundavam seus pensamentos afetuosos. e isso talvez ja fosse muito, mas ela queria mais. sua fome de algo vazio que nao se preenchia de estados e nem tormentos nao passara.
e por isso, nem caminhava nem seguia mais um ou mais daqueles estranhos rapazes que acompanhavam seus sonhos mais profeticos e desesperados. seguia a si, ou algo sem forma definida que parecia dizer-lhe melhor sobre suas palavras ou pensamentos. como um sussurro no escuro que trazia alguma especie de paz. sim poderia dizer paz. nao ouvia diretamente as palavras ditas, e nem os efeitos delas em seu corpo. mas algo em sua pele ja reluzia. a luz dizia mais do que as proprias palavras e que seus possiveis sentimentos encabulados. algo inacabado dizia, ela ouvia.