domingo, 29 de abril de 2012

ela e si

pelo sentido que ha em mim, pelo gosto que ainda é, pelos amores, pelos ares.

sentia-se bem, assim, fiel e amável, silenciosa e bela.
a ventania que passava nao dizia muito sobre seu estado de espirito, era algo como o contra-tempo fora do tempo dançando com o tic-tac do relogio que anunciava o presente vivo.
o gosto que vinha e revivia era algo nem tao doce, mas tambem nao amargo, menos viscoso um pouco mais suave dos de outrora.
seus olhos cabiam alguma angustia, alguma calma, e alguma certeza pouca que por nao ter acertado de onde viria, acreditava, ou nao. mas era uma certeza, pouca e bela. de que era ali, ali que algo começara, ali que algo vivera e ali que algo, possivelmente passara.
nao sentia nenhuma especie de febre de espirito ou dores agudas, mas algo tinha passado por suas maos que nao mais ali estava, e por isso ali era, presentificado o conjunto de estado e alma.

os que nao por ali mais estavam deixaram fiapos alegres de fios d'ouro que desaguavam em uma ou mais coroas redundantes que circundavam seus pensamentos afetuosos. e isso talvez ja fosse muito, mas ela queria mais. sua fome de algo vazio que nao se preenchia de estados e nem tormentos nao passara.
e por isso, nem caminhava nem seguia mais um ou mais daqueles estranhos rapazes que acompanhavam seus sonhos mais profeticos e desesperados. seguia a si, ou algo sem forma definida que parecia dizer-lhe melhor sobre suas palavras ou pensamentos. como um sussurro no escuro que trazia alguma especie de paz. sim poderia dizer paz. nao ouvia diretamente as palavras ditas, e nem os efeitos delas em seu corpo. mas algo em sua pele ja reluzia. a luz dizia mais do que as proprias palavras e que seus possiveis sentimentos encabulados. algo inacabado dizia, ela ouvia.

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