domingo, 13 de março de 2016

"Stolen Dance"

Parafraseando "Stolen Dance"


O que fica fica, e nem tá, não teve, materializou e não concretiza, estranho no ninho de forma perdida, assustada e precisada de tanto que nem se mexe....

Mas não é disso que falávamos, era sobre, era sobre, algo parecido com liberdade e não saber o que fazer com ela, sem saber para onde ir... Sem ter forma, sem ter retorno, mas tendo respostas... Sim, ter respostas já é muito bom, sim, muito bom.... Era sobre o que eu falava...
Sobre ter tanta.... Como chamava aquela coisa que .... Aquela coisa que se tem quando não se tem....
Foda-se!!! Dizia sobre acreditar.... Acreditava mesmo, claro que não em tudo ou em todos, acreditava no poder da visão. No poder eu não acreditava, ele existia mesmo, mas acreditava na visão, nas portas da alma e dos sentidos, visão dos sentidos, dos pêlos, do nariz, na orelha, das mucosas...
Uma alma corpo que age em resposta instantânea, com um sentido grande...


Ria das bobagens que você dizia, sem saber se localizar no espaço e menos ainda no tempo... O tempo não existia para você, e eu era existida no tempo, dentro dele, dançávamos.
Ficava atordoada, era muita música, o tempo todo, o dia inteiro, dentro, dentro do corpo... Tua voz se misturava. Perdia a imagem...

Mas não era nada sobre isso o que falávamos, era sobre o amor, que um dia poderia existir, você dizia que não existiria e que nem nunca existiu. E eu dizendo que era a única coisa a ser existida, e por isso mesmo o mundo havia acabado, pois depois dele, não haveria nada mais para ser inventado, já estava no fim... Era o "felizes para sempre" sem reticências.

Engano meu, engano seu... Engano nosso não dentro do mesmo conjunto.
Nem gregos nem troianos, era sobre o cavalo que estávamos querendo nos referir e debater, e não pudemos, não deu tempo... A lua girou, a maré encheu e esvaziou, ficamos estáticos, dançando, vendo o dia, a noite, os pássaros, a "vida" andar e ficávamos como duas cobras nos circundando sem dizer nada... Dizendo o mesmo ao contrário talvez, ou não...


Mas era sobre ter tempo demais que falávamos, era sobre ter tempo e não viver imensamente, engolindo cada saliva do espaço e do suor da vida....

Eu nem tu, você, senhora, senhor, mister, moço, pequeno, temos a obrigação de um final alegre, contente, não há final.

Não há início
Não há respiro
Não há sono
Não há estorno
Não há contentamento
Não há falta
Não há deleite

Há eu, mim, ser, mulher, coragem, pés, mãos, braços, nariz, agudez e fatalismo.
Há você, macho, fêmea, ser, príncipe e rei, vagabundo, vítima e juiz.

E um fôlego extremo e insustentável pela vida, que se gera, a cada esquina da noite, do dia, e do instante em que um olho enxerga em convergência de dois... Olhos. Nus. Sim. Amor.