segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Colágeno d'alma

Por brincadeiras de afeto,

gostava de gostar num verbo presente. Eminente. Remetendo ao que não podia compreender, ao que não deveria saber. Seguia sem um estado crítico de desespero, mas pedia a si mesma um pouco mais de ar. Solo.
Encontrava-se sem saber em turvas águas cheias de correntes libertas. Estas, levavam-na para outro estado, minto, outro saber.
Apenas o saber se muda, o mundo gira, as estrelas olham. Mas o que sabia não se sabe mais, e o que agora contém, é, existe e sim.
Sobre inconstância, consistente. Pergunta-se como? Sente-se quando, e fica em o que.

O que está, ja foi.
O que desejas volta para ti em forma de flor, em tinta e em espinhos, quem sabe perfume...
Pelo sim, entendeu-se mulher.
Pelo não, deixou-se criança.
Pecando, pregou, pregando, pecou, ecoando, amou.
Pelas mãos escorriam a vida que não podia mais conter.
Fez-se paz, sem asas, e desesperadamente calou-se num grito só.
Todas as suas dores se viraram, parando calmamente, e suspiros coloridos
Aquele ar, já não fazia respeito algum, novos ventos atordoavam sua mente.

E as cinzas que restavam, cinzas? Disse brisas... Essas, faziam cócegas, recordavam um tempo eterno passado, e anunciavam as lamúrias em coro, e os anjos que por ali entravam. Em procissão, todos em alegria contente, com um basta da guerra, e o que ficava ali era trazido pelas flores. Flores, cores, amor

Se despiu, acendeu, sinalizou aos céus, e lá estava pronta a pequena menina, grande. Com suas armas, guardadas, bem guardadas, nunca se sabe quando precisará abrir novos caminhos...

Pela imensidão da bondade, pela criação do bom, pela invenção do toque, pela proteção do olhar
Fez-se Flor.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Para num instante parar

Desacatando a si mesma ela pediu..

o silêncio que cabia em si, nada demais..pelos poros...pelos nós... pelo menos..
precisar é sempre menos, querer é sempre mais.. na matemática das coisas sentenciava...noites a fio, num filete de luz, suas palavras secas não falavam mais.. respirava o que lhe sobrava e faltava a si ainda.
um pouco mais de menos.
pois tudo o que era muito lhe parecia interminável, e angustia e ponto.
tudo estranhamente no seu lugar de antes lhe queria como inteiro, não pouco. Olhos alheios, perguntas sem fim, uma cena esdrúxula, lhe assinavam um lugar, afirmavam um ponto no espaço. Um teor de vida.
Atenção com coração na monotonia andante. Fica no tempo, empresta o rubor, coloca amor. Estar mulher é instante passageiro, pensar no futuro parece cortar o agora. Manter-se de pé é vencer a gravidade, e estar em contato constante com ela...
Ficou grávida, graúda, madura e dura.
O sol era astro incomparável e se tornou companheiro inseparável, para todas as horas de dúvida, de dor, e de amor. Ele estava lá.. a luz se estabelecia, ela se contentava em sorrir e só...

http://www.youtube.com/watch?v=U76QmKG-stU 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sorria e ria ... ria e Sorria

Tudo que dura, dura o tempo do tempo.
o tempo do passo, no espaço, do que fica no peito. 
Derreto-me repentinamente pelas memórias alegres de domingo.
Mas então o dia sorri, e eu o olho com paz.
Sinto-me feliz então, 
Não interesso-me mais pelo saber das coisas 
Menos ainda pelo significado, significante, signo
Fico com o que me sinaliza, com o que finaliza, o que arrebenta.
Tentava por vezes apenas observar e me observava naquele ato de meditação 
morta em vida. E era pior do que estar viva morta. 
Por isso sorri, antes dela sorrir pra mim, antes da flor abrir, 
antes de correr, antes de sentir o vento. Sorria e ria, ria e sorria.
E desde então sinto-me pequena, uma pequena com olhos grandes 
e boca saliventa.. e isto basta em si. 
A fé mudou de moradia, esta distante agora. Nem sei exatamente.
O que tenho em mim, o que eu alcanço é só. isso. tudo. em nada. 
que fica aqui. e sinto.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

por entre... florespinhos

Por entre

sem favor entre.. despedace.. desacate.. fale.. sussurre num belo gesto, siga sem caminho o que te cala..

por sua delicadeza entendo um fato.. por um ato descubro o impossível, o inefável ..
pede.. que no silêncio dou-te.. um grito.. sem plenitude e com dose quase certa de fantasia..
o desabafo..
um respiro.. a vida dura se amolece
segue plainando.. pisa pouco.. só o que dá.. muita coisa vira coisa só.. pouca coisa fica resto... a coisa na coisa causa..

o espírito se delicia
porém, mas, entretanto, entre pouco..
palavras não dizem nada.. são meros acasos organizados por um suspiro de pavor...
e no horror.. abre os olhos.. fecha os dentes.. mente um pouco.. sutiliza
na brisa leve do que for, lave os braços com amor

http://www.youtube.com/watch?v=xr8ol8ufSRg



sábado, 27 de abril de 2013

One step to freedom

A Bossa Nova é Foda

ahhhhhahhhhhh ahhhhh

Estupidez contínua me estranha e me arranha.. sem sopro, numa agressividade contínua de harmonia desconexa.. preferia que fosse assim mesmo.. não preferiría outra coisa não.. isso de querer uma coisa, fazer outra, pra chegar numa terceira envelhece minha pele.
Foi-se o tempo de dizer A-D'eus e viver com o diabo.. que venha que venha e vem. e pronto ta pronto feito amarrado, amassado.. melhor assim.
Cansaço vem da ignorância alheia, e sabe-se la porque meus olhos vão para a aquilo que nada diz. Nódolos e novelos, criam-se barreiras, paredes, muros altos.. e o único espetáculo disponível é a reclamação... o que fazer além disso.. comida reclama.. notícia reclama.. o mundo reclama e ninguém e mais nada clama.
Sem solução ou desespero ..procuro.. curo.. respiro .. o que dá.. tento.. no relento.. as palavras que se encaixem na rede que se faz das minhas membranas pensantes.

http://www.youtube.com/watch?v=6jf_KD8CrKE  só Cae cura.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aranha

Ficou parado algo no ar.. uma aranha vesga..dessas coisas bem estranhas que só acontecem uma vez
Deitou-se com calma, sentiu-se livre, a unica coisa que a fazia sentir livre eram palavras soltas no ar.  Respirou mais uma vez, sentiu alivio... nada parecia fazer sentido sem esse alivio. Mas depois vieram outros alivios. dor de alivios. Alivio com dor? Dor com alivio. Aliviar doi. Tem muito pra dizer. Talvez sempre tenhamos algo para dizer. O que se fala talvez pertença a uma classe de silencios. quando a boca fecha muito dito. Nao tenho pudores com meus pensamentos. Mostro-os a quem desejar. ou.
Fez-se lento aquele momento. era a fala interminada da alma. as salivas se confundiam com suor. era muito... o que é usurpado de nós volta em maior quantidade. um perigo para os que nao sao furtivos. soltava e soprava como num balanço. as estrelas cairam, a voz calou, o tempo passou, a rima sumiu, a nevoa tambem. o gosto secou. a luz baixou, e era ela ali.
Encontrei sim, um encontro roubado, um tempo passado, e uma pomba voando. aquela pomba voando, grande, algo de mim tinha mesmo ficado na terra, e outro algo... sabe-se
Foi por uns segundos mesmo, por pouco, que chegou perto, cheirou, tocou, acariciou, perdoou, sentiu e partiu. tinha se partido, dividido, organizado algo possivelmente inquebravel era agora uma coisa bonita, limpa, e uma coisa só. e era puro.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Santo Forte

Uma luz se acende

um sorriso no meio da tarde

uma alegria qualquer solta por ai

Um instante se faz na beleza

Gosto pelo nariz
Cheiro pelo cabelo
Som de mar

Uma calma no coração abrange minha face doce e silenciosa pedindo por paz. Grito Mais!!! mais disso ai que me parece familiar e é gostoso e calmo. e sinto o tempo, a juventude calada, mapeamento lunar, e estrelas no céu. é dia de Yemanjá.

E vestida estou eu com banho da noite e saia pra rodar