terça-feira, 17 de outubro de 2017

o antes da letra.



Um estado, um país, uma presença de espirito. Em alma. Correntes de água. A poesia. Quanta ousadia. de certo, vou te chamar de outro nome. Uma outra coisa qualquer que fica na fresta de alguma coisa tentando dizer outra coisa.

É complicado e simples. Por isso quero que digas, aquilo que eu não consigo ouvir. De uma outra maneira, para que minha pele ouça de uma forma sem palavras. Quero que elas sejam inscritas. De fato deve haver uma forma antes das palavras virarem letras. É uma curiosidade com desejo mesmo. uma tatuagem de comunicação.

E depois delas inscritas, quero que elas dancem naquela camada de pele, que não se vê, é dentro, sem chegar no sangue. Quero que elas dancem e me façam cócegas, sem que seja uma tortura, com doçura. quero sentir o calor, da comunicação, essa que não é falada. Essa que não se espera e chega. Dança.

Depois das cócegas, pode ser que eu queira mais... Mas pode ser que não, e que isto baste. e que elas entrem mim. Nessa forma curiosa que não será arquetipica, e nem óbvia.


e de dentro, eu me falo, aquilo que eu não queria ouvir.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Estejamos

Enfim sós, 

Digo, eu enfim, aqui. 

Como vamos por ai? Há quanto que não falamos, há tanto para lhe dizer... daquele jeito sem palavras mesmo que entendemos. 
Por aqui chove mas ainda faz calor. Imagino que aí as cores já estejam aparecendo. 
Fico feliz de imaginar-te passeando por elas. Com o perfume adentrando suas narinas, sua pele. Fico feliz de ter esta sensação em mente. 
Aqui o vento se faz presente e isto me faz contente também. Quase por inteiro. Sabemos que inteiro não existe assim, como o nada, e blá blá blá... Mas sejamos mais humanos errantes, tenho gostado disso. Tem sido um exercício maravilhoso. Parece que me sinto mais abraçada por todos. 
As novidades aqui estão velhas, digo, elas envelheceram, amadureceram, e estão todas caminhando por si sós. Mulheres adultas velhas, andando em direção ao seu desejo de alcance. 

A chuva me trouxe uma coisa boa também. Tenho dormido, acreditas? Parece que quando o céu chora me traz um alivio, como se chorasse por mim, e eu me esvazio também de tudo aquilo que no fundo mesmo nem importa, e o que importa?

Não me lembro a última vez que tive aquela sensação ruim de estar fria. Não credito este fato ao calor, é uma coisa dentro mesmo. Não tenho me olhado mais com tanto pesar, parece que o tempo quando passa leva as coisas também, e o que vem, passa também, deixando uma brisa suave. E deixo ela levar. Isso percebo ser bom. Estar somente eu, pura, em pé, me faz querer abraçar mesmo. Soa engraçado, mas é o que é. 

Mas era só para lhe dizer que a leveza tem estado aqui. Fico feliz por isso. E me deixa contente o fato de poder dizer-te tal façanha alcançada. 

Estejamos, pois já fomos muito.