segunda-feira, 28 de maio de 2012

COR

agua, calma, escorre e para.
pingo por pingo.

o tempo passa, apaga e constrói... agua derramada do mar. suspiro esquecido. bilhete rasgado. tempo esgotado.

Passa com o teu tempo, pensa com teu senso, faz com teu juízo o que pretendias antes, antes de pensar brilhantemente numa ideia mirabolante que salvaria a todos inclusive a tua culpa.
Coragem não precisa ser um ato heróico... coragem as vezes é redenção. solução unica. Um ato de rebeldia na minha opinião, sempre quando me parece imprecindivel no fim de algo. Levanto e respiro como numa rebeldia adolescente. Ok, lets do it. Simples assim, mas no fundo tem um frisson tão grande que é melhor esconder, alias só é corajoso por causa do frisson enorme.

Coragem, como a sensação de que algo está perto do fim, ou finalmente o começo de algo. Um alivio misturado com um pavor. Ação é aceitar o pavor da vida. Agir como instinto, ou como algo que se cansou de pensar.

Fiz-me moça ao olhar e conceber que o que estaria por vir extrapolaria meu olhar de pequena, que um dia fui.

Me peguei sendo papel em branco, cor de cimento, agua pelando, um vento de doer, e por fim um rosa que sobrou no céu quando o sol ja havia descansado.. e essa imagem me calou.

Assim esquento o pulmão com coragem.. levantar e fazer,  o essencial parar de doer..

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lua calma, o vento clama

A tal da alegria solta
possível?

o poder da calada da noite de fazer sentir um só. Um só sentido, uma só direção, um só corpo e possíveis espirítos. O silêncio imposto atordoado se manifesta diferente de quando somente não se tem nada a dizer, nada a fazer, e tudo, tudo, já foi feito, dito, clamado, reclamado e respeitado.
A lua deixa suspiros pelo ar enquanto a alma conversa com os olhos. Olhos de rapina, olhos famintos e sedentos por um ou outro corpos soltos que resplandecem uma espécie de calma aparente no andar, no passear pela vida.
Naquela rua ele andava por ai, meio que despretencioso, meio que largado, umas calças soltas um ar de sabonete, vapor de banho quente. Como se não quisesse nada e pudesse tudo. Como que sem procurar ele certamente iria encontrar algo que nem sua alma sabia bem o que era. Mas encontraria, pois em alguma esquina ou encruzilhada estaria outros olhos talvez um pouco mais cabisbaixos mas procurando, sem saber muito bem o que ou quando que algo iria dizer conversasse com aquela suposta paz.
A calma traz um devaneio estranho para a mente, distrai os sentidos enquanto tudo em silencio não diz nada para logo calar de vez a visão quando o encontro aparecer.
Meio a fumaças sem algum sentido o vestido rodava com o vento, a boca calada e seca, os olhos a espreita sem ninguém se dar conta, sabia o que iria encontrar.
e assim o fez. um sorriso singelo que dizia mais do que as bocas a caminho, os olhos se direcionavam sem olhar, um outro tipo de olhar que não diretamente, olhando, que não ve. Respeitando a imagem que não se ve, a imagem sentida, e não viciada. Olhos sem direção capturam os sentidos.
e fez nu uma noite possivelmente qualquer, mas era noite, e o cheiro do vapor do banho era o sinal, o sino e a sina que os faziam caminhar pela rua, na vida que a lua banhava com o mistério da calma.

E fez-se um. Possível.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

um bendito Sim

Seguindo parado, estafado, seguindo perseguindo, calado, soprado, silencio e nó.

tudo o que não se desfaz se faz em algum lugar, ou em algum caminho ou por algum carinho.
penso logo desisto, existo logo persisto, estou logo esqueço, e sou por um ou mais segundos logo vivo, vivo logo ando, seguindo e indo.
o que fica vai, o que vai já foi. Na estrada quem pisa firme deixa marcas no chão, no coração, quem pisa leve tem medo ou cautela, quem não pisa, flutua e cai.
Relação peso altura, quanto mais se compreende a massa andante, menos se compreende a altura desejada, ou conquistada. Algo no caminho do passo que fica atrás e do que sai correndo de desespero, uma decisão é um misto de pé atrás com pressa. A mistura ou alquimia que nos leva a algum lugar nunca poderá ser alcançada, algo voraz e veloz nela.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Bom Dia

Marco Zero.

Acho bonito quem sabe começar de novo, tudo novo de novo, com um ar d`alma revigorado, como se fosse a primeira vez. E é... e também nunca é. Sabemos ao longo quantas vezes começamos e recomeçamos algo. Deixa marcas o ponto zero. Mesmo que risquinhos na linha do tempo. O fato que parece desconfortável é nem sempre ser uma escolha muito clara esse momento. Determinados momentos essa entidade Vida escolhe por nós. Ai então bailemos conforme a dança caso contrário.. enfim, é melhor não contrariar.
O Zerar tem nele algo de morte também, a subtração. Parece que algo é tirado para começar a contagem novamente. Posto que para ter início é preciso ter fim.
E o suposto Ponto Zero é um não ponto, um ponto que fica fora da linha marcada. Uns dedinhos a cima do chão diria. Uma espécie de devaneio involuntário, quase como estar num avião sem ter muitas informações sobre o destino ou a hora da chegada. Aflição, aquele bichinho que come dentro sabe deus o quê.
Acredito que pessoas que flutuem melhor sobre este tempo não tempo não tenham nascido com esta característica, mas talvez tenham se habituado a ela, ou compreendido rápido o movimento circular da coisa. Ou talvez seja um Dom, como tocar um instrumento, uns tem mais técnica e vontade outros mais alma.
Duas forças opostas, talvez mais. Uma que insiste em constatar, entender, apreender a linha que rompeu-se, ver para onde ela foi, ver onde se esta, de onde saiu, o que foi mesmo que aconteceu? E outra que quer pisar logo no chão novo, sentir os prazeres e as dores. Constatar novas configurações. E outras forças que não devem ser ignoradas mas nem totalmente entendidas que não se apresentam apenas como olhar o passado ou correr para o futuro. Essas outras forças talvez sejam mais para cima, se afastando do chão ou mais para baixo na intenção de algo submerso.

Entender-se uno, torna-nos capazes de fazer riscos no tempo, nessa linha nem tão linha a seguir. Na matemática da coisa fica na ordem do acordo. Acordar é um trato importante para consigo. E Acordar também diz algo sobre o início. Um eterno início, não me consola também. Consolo? A aflição não cessa com consolos. Tem algo nela de vida própria que por mais que se queira ela não se resolve, porém a sensação de estar acordado já é estar no presente, talvez até ser e fazer parte deste presente seja ele qual for, contável ou não contável.

Estar pronto, Estar Acordado é tudo (o que basta).