quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lua calma, o vento clama

A tal da alegria solta
possível?

o poder da calada da noite de fazer sentir um só. Um só sentido, uma só direção, um só corpo e possíveis espirítos. O silêncio imposto atordoado se manifesta diferente de quando somente não se tem nada a dizer, nada a fazer, e tudo, tudo, já foi feito, dito, clamado, reclamado e respeitado.
A lua deixa suspiros pelo ar enquanto a alma conversa com os olhos. Olhos de rapina, olhos famintos e sedentos por um ou outro corpos soltos que resplandecem uma espécie de calma aparente no andar, no passear pela vida.
Naquela rua ele andava por ai, meio que despretencioso, meio que largado, umas calças soltas um ar de sabonete, vapor de banho quente. Como se não quisesse nada e pudesse tudo. Como que sem procurar ele certamente iria encontrar algo que nem sua alma sabia bem o que era. Mas encontraria, pois em alguma esquina ou encruzilhada estaria outros olhos talvez um pouco mais cabisbaixos mas procurando, sem saber muito bem o que ou quando que algo iria dizer conversasse com aquela suposta paz.
A calma traz um devaneio estranho para a mente, distrai os sentidos enquanto tudo em silencio não diz nada para logo calar de vez a visão quando o encontro aparecer.
Meio a fumaças sem algum sentido o vestido rodava com o vento, a boca calada e seca, os olhos a espreita sem ninguém se dar conta, sabia o que iria encontrar.
e assim o fez. um sorriso singelo que dizia mais do que as bocas a caminho, os olhos se direcionavam sem olhar, um outro tipo de olhar que não diretamente, olhando, que não ve. Respeitando a imagem que não se ve, a imagem sentida, e não viciada. Olhos sem direção capturam os sentidos.
e fez nu uma noite possivelmente qualquer, mas era noite, e o cheiro do vapor do banho era o sinal, o sino e a sina que os faziam caminhar pela rua, na vida que a lua banhava com o mistério da calma.

E fez-se um. Possível.

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