quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dança sem guarda-chuva

O que está além está por vir, e veio.

Ficou. Faz? Fez-me...

Enfim, sóbria e feliz diante das incoerências vividas. Os diversos sonhos sobre 1984, sobre o que restou e a violência instaurada. A poesia que por oras se afunda num abismo oceânico, por oras se delicía na superfície para que todos a vejam, ou apenas alguns, um.

Tudo o que havia sido silenciado aparece, timidamente, num não-piscar de olhos. Nuns segundos que se tornaram uma existência. O que dizer para além das palavras? Lacanismos, platonismos, escritos tocados pelo coração, dança de improviso, poetas e uma vida só. Um caminho que leva a outros anteriores, que seguiam um sentido.

Faltam palavras. Sobram intenções e sentidos cegos guiados pelo tato. Tato-dádiva, dom adquirido pela persistência em fazer sentido, compreender o ocorrido, uma fagulha que liga, dois. Dois em um, um ser que inclui, paixão em fazer, corpo, gosto, sentir, ir até e voltar a si, ir e voltar num invólocro de amor e paz.

Sobram os sentidos, pensamentos, o cérebro obsoleto faz parte e vai até, e volta, comunica com os atos involuntários de ir até, estando em si, com o que não coube dentro e paira no ar. Faz um sentido, compreende o ocorrido deixando escapar um "sim". Escapado não se perde, dança um frevo... chove e estava eu sem guarda-chuva a dançar em mim, ao ver as cores do que não dissemos...



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